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Quando Freire morreu ...



Quando Freire morreu eu pouco sabia de sua vida e obra e hoje, o pouco com o que tive contato me fascina grandemente.
Quando Freire morreu ...
Conversando com uma colega professora dias atrás ela recordava da nota rápida no Jornal Nacional que dizia mais ou menos assim:
"Morre o educador Paulo Freire ... blá...blá...blá e ao lado aparecia uma foto minúscula"
Não consigo acreditar que um homem que contribui de forma tão especial para a tomada de consciência política e  social em nosso país de forma tão humanamente linda e que é referência nas maiores e consideradas melhores universidades do mundo não seja homenageado da forma devida. E quando falo nisso já não estou mais a pensar na rede Globo e sua nota. Estou a pensar nas nossas salas de aula.
Falamos de tantas celebridades e figuras históricas, mas pouco sabem nossos alunos dos educadores que ajudaram a mudar o rumo da história de nosso país.
Não fico admirada de muitos desejarem ser arquitetos, cantores, compositores, advogados, mas pouquíssimos desejarem ser educadores.
Não se trata apenas de escolha por conta de salário, mas por conta de paixão despertada ao ter contato com histórias de lutas e vitórias seja lá de qual profissão for...
Quantos de nós , professores, já usou como matéria de estudo a história de Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro? Quantos de nós de fato admira quaisquer desses homens por seu legado?
Eu fico cá com meus botões almejando o dia em que nós professores consigamos no nosso dia a dia admirar nossos colegas e relembrar a história de luta de cada um deles. O dia em que possamos, além de reclamar (com razão) das dificuldades de se fazer educação neste país, falar com paixão de nossa profissão e evidenciar histórias de educadores que a despeito de dificuldades maiores que as nossas foram apaixonados e conseguiram um espaço de trabalho menos ruim em que hoje atuamos.
Um pequena nota dava conta da morte de Paulo Freire enquanto que tardes inteiras se chora a morte de um funkeiro, um dançarino de palco... Não que se deva chorar menos a morte de um ser humano... Todos merecemos ser homenageados e chorados... Mas a televisão continua a dar ibope à celebridades instantâneas e desprezar os grandes nomes que construíram a história deste país..
Nós professores somos reprodutores do modelo da mídia em muitos casos. Levamos às escolas matéria do povão... Salas de aula e pátios de escola em gincanas regada a funk e axé... Concursos de beleza estudantil para medir quem tem o rosto mais "fofo" e a bunda maior.
Depois vamos às ruas cobrar valorização aos professores?
Dirão nossos alunos.
Nunca ouvi falar de um professor sequer "famoso" e especial.
Nem na tv, nem na escola, nem nas ruas, nas praças, nos parques...
É fato.... Muitos de nós só conhece estes nomes de ouvir falar ou de ler uma citação em um artigo qualquer.
Para que futuramente, talvez alguém consiga ouvir o nome de um educador e ficar entusiasmado por saber mais dele ,é preciso dar a conhecer os grandes nomes dos educadores que morreram, mas que continuam vivos através de suas palavras que ecoam nos corações dos apaixonados pro educação

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