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A Menina e O Sol

Era manhã de domingo. Manhã dessas ensolaradas, mas não um sol qualquer... Era um sol escaldante.
Debaixo dele uma menina corria, queimava a pele, vivia suas peripécias infantis sem se dar conta da vida.
A Menina e O SolNo fim da tarde, depois de muito brincar tinha a pele assada, meio avermelhada, meio enegrecida e descansando inteira. Doía, é verdade, mas não pensem vocês que na segunda-feira ela não estivesse novamente exposta ao Sol.
Ela o amava mais que tudo!
Por mais que a mãe insistisse em que estaria novamente descascando que nem cobra, ou coisa pior, a menina no dia seguinte lá estava, e no outro e no outro... Feliz da vida a brincar com o sol
Era uma menininha teimosa!
Dona das próprias vontades... Louca por liberdade, ávida por sentir-se aquecida enquanto corria...
Era bom sentir o sol tocando sua pele fina e frágil. Era como um carinho ao amanhecer, um beijo de bom dia.
Por vezes se pegava olhando para ele, deitada sob a areia da praia.. Aquela bola amarela imensa e bela não podia ser olhada por muito tempo, contudo o tempo que se dava a olhá-lo valia muito a pena. Era como uma fatia da própria felicidade. Ou a felicidade inteira já que o Sol também lembrava um bolo delicioso  daqueles que a vovó fazia ao entardecer.
A menina olhava para o Sol por alguns segundos e em seguida fitava a terra onde uma bola preta surgia e por ali ficava também alguns segundos. O sol era mágico! -pensava ela-  Tão imenso, tão belo, tão caloroso, tão amigo...
Mas tinha um pequeno problema!
O Sol, tal qual a Lua mudava. E não mudava em algumas semanas, mas em um mesmo dia...
A Menina e O Sol Doce ao amanhecer,apenas lhe tocava a pele como num afago, ao passar das horas, ficava mais agressivo, mais forte queimava-lhe a pele, as vezes até machucava. Ciúmes talvez, do vento que acariciava seus cabelos e a fazia sorrir espalhando os dentes de leão pela paisagem que ela alegremente perseguia sem se dar conta que o deixará por uns segundos.
A menininha corria, o dia passava o Sol queimava.
Voltava para casa vermelhinha, vermelhinha... As vezes assada, torrada, dolorida.
A menina foi crescendo e então, deixando a teimosia de lado, pode  perceber que o sol era bom pela manhã, mas podia machucá-la o resto do dia... Aprendeu a se proteger!
E logo ao acordar, lá estava ela, deitada na areia a mirá-lo, a sentir o calor como afago sobre a pele, a viver aquecida por seus raios que eram como centelhas de vida.
Mas, tão logo o vento passava e os dentes de leão voavam pela paisagem ela corria para dentro de casa, fechava-se, e seguia com suas obrigações de moça crescida. No fim da tarde voltava, sentia que podia tocá-lo, olhar encantada sua beleza ... Podia mesmo pensar que o tinha ao alcance das mãos, como quando era criança.
Pensava mesmo que o Sol era apenas dela, mesmo sabendo que o Sol é de todos.
Brincava, conversava, deitava no chão e sentia o afago em forma de calor, a centelha de vida, a doçura do astro rei. Já não via o vento passar, o dente de leão a voar.Só queria estar ali.
E aproveitava o calor até o momento do Sol partir.

Gi Barbosa

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