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De coração na mão

A linha que separa o se permitir do se machucar é tênue e talvez seja por isso que tanta gente se permite tão pouco.
Sabe quando algo parece incrivelmente gostoso de ser vivido, mas que você já pode prever o tamanho do buraco que vai ser feito na sua existência?
É bem isso!

Numa manhã você conhece alguém que parece tão perfeitamente ideal que  causa medo. Um medo até irracional eu diria. E você pensa:
- Pessoas assim não existem!
E abre mão de conviver, de conhecer, de descobrir mais do outro e deixar que o outro descubra mais de você.
A gente tem medo do machucado, medo de virar uma colcha de retalhos ( se é que já não é), medo de depositar confiança e dedicar a vida a algo irreal.
O querido Machado de Assis escreveu :

" Antes cair das nuvens que do terceiro andar"
É certo que cair do terceiro andar causa morte ou desmantelo, mas cair das nuvens não dói sobremaneira? As vezes não quase mata?
E quando tu já viveu algumas quedas não te parece meu imbecil se permitir mais uma vez e em troca de uma viagem até as nuvens acabar  aos pedaços no chão machucada que nem bife bem batido?
E quem pode culpar quem é medroso? Quem pode culpar aquele que se protege de tal modo a nunca mais sofrer uma queda?
É certo que não visitará as nuvens, não viverá certos sentimentos que arrebatam a alma e deixam o coração em alvoroço ( ainda que por período curto de tempo até a decepção) . É certo que terá uma existência sempre no chão de onde pode ver claramente e se desviar das pedrar. Mas será feliz?
Pois é, quem não se permite vive meio assim com o coração na mão , com um medo medonho de viver mais uma mentira, de ter seus sentimentos machucados, de acreditar e se enganado.
A linha é tênue, a possibilidade de quebra é potencialmente alta e cabe a você decidir se vale a pena por um dia de sonho ter mais uma vez seu coração machucado.

Gi Barbosa Carvalho

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