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Aquela incrível e dolorosa sensação de não morar mais na gente



Há o momento do silêncio, aquele silêncio que abriga uma dor profunda que sequer pode ser descrita como dor de alma ou de qualquer outra coisa. Aquele silêncio que nos dá a impressão de estarmos vazios por dentro. O que evidencia bem este sentimento é aquela frase de certa música que diz: " EU NÃO MORO MAIS EM MIM"... E não morar na gente é um absurdo ... Não morar na gente é reduzir nossa existência a olhar para o teto ... Eu diria que a gente nem pode morar fora por muito tempo pra não arriscar se perder e nunca mais se encontrar.
Mas há momentos assim, madrugadas sem fim, manhãs cinza e silêncio total, quando escutamos apenas o bater do nosso coração e nossa respiração fraca e agonizante. É como assistir a própria morte impotente e nem conseguir chorar... E a ausência de lágrimas sempre prolonga a agonia É uma tristeza que não pode ser curada escrevendo algumas linhas, que não tem terapia no mundo que dê jeito.. Afinal, como escrever de alma se a alma está em silêncio? Contudo, uma hora é preciso levantarmos, lavarmos o rosto e buscarmos forças lá no fundo para pronunciar algo.. Qualquer coisa que possa amenizar o sofrimento, que possa mostrar que vale a pena abraçar a alegria e seguir tentando... Um momento para ouvir nosso coração, para seguir tentando expor (aos gritos até) a nossa dor, mas não apenas fazer a exposição; enterrá-la nas palavras antes de ser sufocada por ela. E chorar... Chorar muito e molhar o papel ( ou o teclado se vc for dado a digitar ao invés de deitar a alma no papel).
São momentos doloridos pelos quais todos passamos um dia ... Momentos que precisam ser superados por mais vontade que a gente tenha de morrer no silêncio do quarto.
Passa... Uma hora passa... Em algum momento passa... Naturalmente passa... Fica a ferida que a gente cutuca as vezes pra poder sentir pena de nós mesmos e depois a cicatriz que nos fará lembrar pra sempre de algo que machucou... Ou podemos lembrar do que de bom ocorreu antes e sorrir olhando pra ela. Tudo sempre depende mesmo da forma como enxergamos né? Mas as vezes a gente nada enxerga , afinal não estamos morando na gente.
Gi Carvalho Miranda

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