Acorda cedo para mais dia de trabalho, coloca o pé direito ao chão a fim de dar sorte...Vai até o armário e pega duas toalhas... Com uma cobre o corpo nu e a outra leva à mão com cuidado.
Chega ao banheiro pendura toalhinha , escova os dentes, lava o rosto e seca com muito cuidado. Se olha no espelho, ensaia o penteado do dia e segue ao box para tomar o banho que o fará, de fato, começar.
Não foi um banho demorado, mas estava deveras delicioso!
Na saída do box solta um grito estridente.
Um sapo... Um baita sapão bem à porta.
Seu coração acelera... Quase salta boca a fora.... Fica paralisada por um minuto!
Precisa desesperadamente passar... Em 30 minutos deve estar ministrando aula sobre a importância dos anfíbios. Cômico, se não fosse trágico!
Cria coragem e ...dá um passo pra frente... O sapo dá dois pulos para o lado... Ela gela!
Pensa bem no tema da aula e fica indignada!
-Anfíbio miserável... Parado ali pronto para assassiná-la...Se fosse uma cobra, vá lá.... O rodo ao canto serviria para espantá-la... Mas um sapo? Quem vai se meter a besta com um cururu?
O sapo está lá parado à frente da porta, movimentando-se quando em vez ... Na verdade os movimentos parecem ensaiados... ela resolve dar um pequeno passo, ele dá um salto...
Resolve entrar no box e aguardar o bendito sapo resolver ir embora.
Os minutos se passaram e ele ( como numa atitude de misericórdia ou de desprezo por criatura tão medrosa), resolve sair porta afora, seguindo para a cozinha!
Ela continua apavorada!
Corre o mais rápido que pode, apenas enrolada na toalha e bate na porta do vizinho.
Os transeuntes curiosos imaginam que uma tentativa de estupro ou assassinato ocorreu ,tal é a expressão horrorizada na face da moça... Ela nem sequer observa o movimento... Afinal, há um sapo na casa... Quem vai observar a rua numa hora dessas... Precisa ser salva!
O vizinho, bom amigo abre a porta e segue à casa da pobre professora , onde remove o pequeno sapinho, e coloca-o sobre o canteiro de flores da praça bem em frente.
Mas o sapo não era grande? Um baita Cururu?
Só na imaginação da professora, que agradece ao vizinho, se veste correndo sai a mil.
Na escola a diretora entende o atraso... Foi justa causa.
Já refeita do susto inicia a aula cantando alegremente ao som do violão o sucesso adorado desde a infância. Sapo Cururu
Gi Barbosa
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